domingo, 23 de agosto de 2015

Carrie e os estranhos

Mês passado, no post de lidos do mês, eu dei um pequeno ataque quando comentei sobre Carrie do Stephen King. Podem ficar tranquilos que eu não vou surtar de novo, estou fazendo esse post bem calmo e sã.

Stephen King sempre foi o autor que eu mais tive vontade de ler a minha vida toda, mas sempre achei os livros dele muito caros, então sempre deixava ele um pouco de lado. Mas a vontade sempre aumentou, principalmente depois de ter visto a adaptação de 'O Iluminado' e ter lido criticas não tão positivas sobre o filme em comparação com o livro.

Bendito o dia em que eu estava na universidade, a caminho do restaurante quando me deparo com a minha querida feirinha de livros (a mesma feirinha que já comprei um hardcover de Deathly Hallows por 15 dilmas), e encontro Carrie. Uma edição antiga, velhinha, acabadinha, mas muito charmosa. E o melhor de tudo, custando 3 reais. Pensei duas vezes? Não.

Comprei o livro mas só fui ler depois de umas duas semanas. Mas assim, depois de ler a primeira frase, eu não consegui largar o livro. E quando eu digo isso, eu não estou exagerando.

Carrie, uma menina incomum, tímida, sozinha. Mora com a mãe, uma fanática religiosa. Sofre bullying na escola. Tem um dom escondido.
Após um "acidente" durante a aula de educação física, Carrie é humilhada, mas a partir deste momento ela descobre que é especial, que não é igual aos outros.
Tudo muda após uma brincadeira de mal gosto na festa de formatura. Todos vão pagar. E bem caro.

Stephen King conseguiu criar uma grande história e conseguiu desenvolve-la majestosamente em menos de duzentas páginas. Tantos detalhes, tantas descrições. Tudo é relevante. Nada é entediante.

Temos aqui uma história sobre os animais mais endiabrados do universo. Os adolescente. Como é um adolescente. Nossos medos, nossas frustrações, nossos desejos. O quanto podemos ser maus, O quanto podemos ser bons. Somos egoístas e nojentos, mas também somos menosprezados e incompreendidos. Temos medos tanto quanto temos sonhos. Tomamos atitudes erradas e não nos damos conta das consequências.

Nós nos achamos os melhores. Eu me acho o melhor, você se achar o melhor, ela se acha a melhor. Não nos damos conta do que tem ao nosso redor, do potencial dos outros. De que no fundo não somos os únicos aqui. Todos nós somos diferentes e somos igual do nosso jeito. Ninguém é perfeito, todos somos humanos. Todos somos estranhos.

De vem em quando me pego pensando, e se a Carrie era a única pessoa "normal" naquela escola e todos os seus colegas eram os estranhos? E se nós, individualmente, somos os normais e o resto a nossa volta são todos estranhos? Muita vezes nós nos sentimos os estranhos, deslocados, mas e se na verdade não é bem assim?

Stephen King nos faz lembrar como é ser humano. Ele nos mostra a Carrie que carregamos dentro de nós. Temos nossas emoções. Como eu disse, temos medos, desejos, mas para mim, um dos sentimentos mais poderosos que temos dentro de nós, o sentimento que mais nos faz humanos é a raiva.
É a raiva que mostra o quão humanos somos. O quão frágeis e carentes somos. É a raiva que determina nosso caráter. Como agimos. Como deixamos a raiva tomar conta de nós. Como nos controlamos Ou não.



Um comentário:

  1. Olá!!
    Eu também sou uma dessas pessoas que é louca para começar a ler King, mas as oportunidades quase nunca aparecem. E eu quero começar ler justamente por esse livro. Depois de ler sua resenha já não é mais uma questão de querer e sim precisar haha.
    Parabéns pela resenha.
    Beijos
    http://wwwleituraromantica.blogspot.com.br/

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